No mês de fevereiro os alunos do 3º ano do
EM desenvolveram o tema "Trabalho" previsto no currículo do 1º
bimestre, contextualizamos o Dia da Mulher ao tema para mostrar sua
participação no mercado de trabalho ao longo dos últimos tempos. Foram
explanadas alguns textos, imagens e estatísticas durante o as aulas,
selecionamos alguns para esta publicação.
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada
na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a
fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução
na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de
trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a
receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de
trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram
trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs
morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca ficou decidido que
o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em
homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de
1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas.
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria
dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é
discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir
e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher.
Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários
baixos, violência masculina, jornada excessiva e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas
muito ainda há para ser modificado nesta história.
“A
Queima dos Sutiãs”- a fogueira que não aconteceu
Por Edi Cavalcante
O episódio conhecido como
Bra-Burning, ou A Queima dos Sutiãs, foi um evento de protesto com cerca de 400
ativistas do WLM (Women’s Liberation Movement) contra a realização do concurso
de Miss America em 7 de setembro de 1968, em Atlantic City, no Atlantic City
Convention Hall, logo após a Convenção Nacional dos Democratas. Na verdade, a
‘queima’, propriamente dita, nunca aconteceu. Mas a atitude foi incendiária. A
escolha da americana mais bonitinha era tida como uma visão arbitrária da
beleza e opressiva às mulheres, por causa de sua exploração comercial. Elas
colocaram no chão do espaço, sutiãs, sapatos de salto alto, cílios postiços,
sprays de laquê, maquiagens, revistas, espartilhos, cintas e outros
“intrumentos de tortura” (v. Duffet, Judith. WLM vs. Miss America. Voice of the Women’s Liberation Moviment. October
1968, pg 4.). Aí alguém sugeriu que tocassem fogo, mas não aconteceu porque não
houve permissão do lugar (que não era público) para isso. Também ninguém tirou
seu sutiã. Essas lendas urbanas surgiram porque, ao dar ampla cobertura para o
evento, a mídia o associou a outros movimentos, – como o da liberação sexual;
dos jovens que queimaram seus cartões de segurança social em oposição à Guerra
do Vietnã - e passou a chamá-lo de “bra-burning”, (queima de sutiãs),
encorajados por ativistas como Robim Morgan (ex-estrela-mirim da rádio e TV,
ativista, escritora, poeta e editora do “Sisterhood is Powerful e Ms.
Magazine). Na sequencia, a manchete do New York Post saiu com o título
“BraBurners and Miss America” (Queimadoras de Sutiãs e Miss América), que logo
ficou associado às mulheres sem sutiãs. Desde
então, a cultura popular ligou para sempre feministas e “queima de sutiãs” ( v.
Germaine Greer, jornalista e escritora australiana, que declarou nos anos
60 “que o sutiã é uma invenção
ridícula”, declaração que repercutiu em
muitas mulheres que questionavam o papel do sutiã como objeto anti-sexista da
liberação feminina). Depois disso, aconteceram queimas de sutiãs em vários
cantos do mundo. Mas o evento que gerou as manifestações e que ficou conhecido
como Bras-Burning, foi o citado acima.
Nesse site, tem informações sobre o Bras Burning de 1968:
www.jofreeman.com/photos/MissAm1969.html
E viva à queima do sutiã!!!!!!!!!!!
Sociologia - profª Marci